CLÓVIS ROSSI

<STRONG>Nossa morte anunciada <BR></STRONG><IMG alt="" hspace=3 src="http://www.acaert.com.br/images/stories/bsb-01.jpg" align=left vspace=3 border=0>Os laboratórios de idiotia instalados em algum rincão do Palácio do Planalto acabam de produzir a mais recente tolice: um anteprojeto de "democratização" dos meios de comunicação.

29/08/2006

Nem vou comentar o espírito da coisa, que é o de fabricar uma imprensa "complacente", nos termos expostos dias atrás pelo presidente da República. O problema principal é de outra natureza: revela desinformação colossal do jornalismo "chapa-branca" que gravita em torno do lulo-petismo e dos "comunicólogos" a serviço do governo.

A democratização da informação, verdadeira, já se deu, via internet. Hoje, há uma miríade de fontes de informação e análise à disposição de quem tenha acesso à rede mundial de computação, que, não demora, será tão ou mais universal que a TV, até no Brasil. A mídia impressa, que é o que verdadeiramente incomoda governos, não precisa ser "democratizada", porque é espécie em via de extinção, conforme matéria de capa do número mais recente da revista britânica "The Economist" ("Quem matou o jornal?"). Tem até data para acabar, segundo um certo Philip Meyer: o ano de 2043. Fico feliz, porque é o ano em que eu completaria 100 anos. Morrerei antes do jornal, portanto. O problema dos meios de comunicação é saber se são um bem público que interessa preservar e, em caso positivo, como fazê-lo (sem subsídios governamentais, ao contrário do que prevê a mais recente estupidez palaciana). A "Economist" reproduz frase de Arthur Miller, segundo quem "um bom jornal é a uma nação falando a si mesma". Se é isso mesmo -e aqui há vasto espaço para polêmica-, vale conservar os bons jornais ou, então, dar um jeito para que o jornalismo eletrônico exerça idêntico papel. Essa é a verdadeira tarefa para os democratas.

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