Profissionais de comunicação prevêem novos rumos para o rádio na era da convergência

Palestras fizeram parte da programação do Congresso da ACAERT em Joinville.

13/08/2010

A internet não vai tirar a audiência das rádios. No entanto, para segurar os ouvintes, as emissoras precisam criar uma nova estratégia e entrar de vez na era da convergência. Essa ideia foi apresentada pela jornalista Paloma Pietrobelli, do Departamento de internet da Rede Globo, durante o 14 Congresso Catarinense de Rádio e Televisão. Ela acredita que as rádios podem até mudar de perfil, mas não vão perder o espaço porque lidam com o deslocamento das pessoas.

“Eu não acredito, como eu acho que é o caso, por exemplo, dos jornais impressos, de que essa mídia tende ao fim ou ficar muito restrita ao meio. Eu acho que o rádio vai continuar aí como ele está. Talvez ele mude um pouco de perfil. Eu acho que na verdade já vem mudando. A internet você precisa ainda ter o computador, apertar o botão, você precisa ainda dizer o que quer fazer, o rádio não, você liga e ele está lá. Então eu acho que a questão do deslocamento do rádio é imbatível, acho que vai sempre ser. Acho que esse é o foco de qualquer empresa de radiodifusão, saber que a sua principal mídia é o momento de deslocamento das pessoas", disse.

Já o jornalista Pyr Marcondes, editor do Grupo Meio e Mensagem, pensa diferente. Para ele, dentro de no máximo três anos, a internet vai ser maior do que o rádio, por causa da ascensão das redes sociais, como Orkut, twitter, My Space e blogs, que vão gerar impacto profundo na marca dos anunciantes e das emissoras de rádio e TV. Apesar da previsão bombástica, Marcondes apresenta uma luz ao fim do túnel para os radialistas.

“Se as emissoras de rádio não tiverem um contato através do mundo digital com a sua audiência, aquelas que não tiverem tenderão a perder mais audiência do que aquelas que tiverem. Ponto. Se você é um radiodifusor, é um profissional de rádio, se você é um profissional de comunicação, de um modo geral, você precisa ter um contato digital com o seu público. Isso sim que vai garantir que a audiência permaneça junto de você, dentro da tua rádio, mas também dentro dos canais digitais", acredita.

Para o jornalista, as emissoras que entrarem na era da convergência vão atingir uma nova audiência, antes não captada, e, com isso, vão criar um relacionamento de fidelidade com o público.

Repórter Silaine Bohry - Rede de Notícias Acaert - RNA.

Fotos: Josiele Maria


Paloma Pietrobelli


Silvano Silva apresenta Pyr Marcondes

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