Radiodifusores querem política de espectro de longo prazo, que garanta a evolução dos serviços

O uso excessivo ou substituto da Internet foi descartado pelos radiodifusores que, apesar disso, defendem a adoção de uma política de espectro de longo prazo para o setor

18/09/2015

O modelo brasileiro de TV aberta é vitorioso, impacta de mais de 100 milhões de pessoas e será modernizado pela digitalização. Porém, é preciso trabalhar pela sua evolução, seja pela adoção de novas tecnologias, como as transmissões 4k e 8k, a mobilidade e outras formas que envolvam o telespectador. Mas, o uso excessivo ou substituto da Internet foi descartado pelos radiodifusores que, apesar disso, defendem a adoção de uma política de espectro de longo prazo para o setor, de forma a permitir sua evolução.

Essa é a avaliação dos radiodifusores, apresentada, nesta quinta-feira, 17, no 2º Seminário de Gestão de Espectro, realizado pela Anatel. A gerente do Departamento de Tecnologia de Transmissão da TV Globo, Ana Eliza Faria e Silva, disse que o esforço do setor tem sido no sentido de dar maior eficiência ao uso do espectro, mas é preciso que os empresários tenham garantias de que a evolução das tecnologias possa ser absorvida.

Ana Eliza afirmou que a radiodifusão otimiza o uso do espectro ao adotar uma rede de frequência única, que suporta a TV aberta e a mobilidade. Para a utilização de novas tecnologias, a banda atual de espectro destinado aos radiodifusores pode ser insuficiente.

Essa solução possibilitou a destinação de boa parte da faixa de 700 MHz, antes destinada apenas para a radiodifusão, para o serviço móvel em 4G. Entretanto, em muitas cidades, a digitalização dos canais ocupará toda a faixa de UHF que ficou para o setor e, em algumas delas, parte da faixa de VHF alto. Ou seja, sem espaço para evolução. "Por isso, a busca de soluções de otimização de espectro para as novas aplicações precisa ser constante", diz Ana Elisa.

A engenheira defende que a política de espectro para radiodifusão seja semelhante à adotada na Europa, que tem a previsão até 2030, apesar de o continente está se preparando para um segundo dividendo digital. Para o diretor de Tecnologia de Transmissão e P&D da TV Globo, Paulo Henrique Castro, assegurar transmissões de qualidade para todos os brasileiros, deve influenciar nas decisões sobre espectro para o setor.

Entre os especialistas, outras medidas que amenizem a demanda por mais espectro também precisam ser levadas em conta. Uma delas são as condições para outorga de canais de TV, de forma a reduzir o número de emissoras. Mas para isso, é preciso uma alteração na Constituição

Repórter: Tela Viva News | LÚCIA BERBERT | lucia@convergecom.com.br

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