<IMG alt="" hspace=3 src="http://www.acaert.com.br/images/stories/eng-luiz-rosa-dos-reis-00.jpg" align=left vspace=3 border=0>A Assessoria Técnica da ACAERT, exercida pelo engenheiro Luiz Rosa dos Reis, vem emplacando em várias publicações nacionais. O engenheiro foi destaque na Revista da AESP e também da news letter da Mackenzie na Imprensa, uma das respeitadas Instituições de Ensino e um dos maiores centros tecnológicos do país. A publicação reproduz uma entrevista feita pela CNR/SC ? Central de Notícias Regionais ? com o engenheiro Reis sobre a TV Digital no Brasil. Acompanhe:
29/08/2006O Brasil está próximo de implantar sua TV Digital, unindo-se, desta forma, ao seleto grupo de países que já contam com a nova tecnologia. A qualidade de transmissão não se compara com o atual sistema, que é analógico. A decisão do presidente da República é difícil. Muito interesse e dinheiro estão em jogo. Os técnicos afirmam que a digitalização tanto na TV como no Rádio revolucionará a comunicação do planeta. Um dos maiores especialistas no assunto em Santa Catarina, o engenheiro Luiz Rosa dos Reis, ressalta a interatividade que o novo sistema proporcionará. Formado em engenharia de telecomunicações e pós-graduado em Sistema de TV digital, Reis já projetou a instalação de centenas de emissoras de rádio e TV em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nos últimos 24 anos.
O engenheiro é assessor técnico da Acaert (Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão) há mais de 10 anos. Em entrevista exclusiva à CNR/SC, ele fala das vantagens do Sistema Digital:
Quando será implantada a TV Digital no Brasil?
Eng. Luiz: O Governo Federal instituiu um prazo para a definição do Sistema Brasileiro de Televisão Digital. Prazo esse que já foi prorrogado para março de 2006. Dentre outros aspectos do Sistema Digital, deverá ser definido o padrão a ser utilizado no Brasil, dentre três dos atualmente disponíveis: Americano, Europeu e Japonês. Uma vez definido o padrão, a implantação da televisão digital se dará à medida que houver recursos financeiros disponíveis para os empresários de radiodifusão, no que diz respeito à transmissão, e aos fabricantes de receptores de televisão. Existe no mercado um sentimento de que possamos ter transmissão digital, já por ocasião dos jogos de futebol da Copa do Mundo. Esse, no entanto, nos parece um prazo curto. Tenho o sentimento de que nos meses de setembro ou outubro, teremos transmissão de televisão digital no Brasil, mas somente nos principais centros do Brasil, como, São Paulo e Rio de Janeiro.
As pessoas vão ter que trocar o aparelho de televisão?
Eng. Luiz: Não. É evidente que será produzido o aparelho digital. Mas, durante um grande período, pelo menos dez anos, teremos a transmissão simultânea de sinais digitais e analógicos (forma atual de transmissão e recepção de sinais). Portanto, quem quiser continuar recebendo transmissões analógicas, poderá fazê-lo, pois em alguns países da Europa a transmissão simultânea vem ocorrendo há mais de sete anos e nos Estados Unidos há pelo menos quatro. A recepção de sinais digitais também poderá se dar nos atuais receptores de televisão, pois o Governo brasileiro estuda a possibilidade de disponibilizar, a baixo custo, um equipamento capaz de receber os sinais digitais transmitidos, sendo convertidos para que um televisor comum atual, que é analógico, possa recebê-los. Nessa conversão haverá uma perda de qualidade, mas ainda assim será superior à qualidade atual.
Por que a escolha do padrão de TV Digital provoca tanta polêmica?
Eng. Luiz: Primeiro pelas cifras envolvidas, são muitos milhões de dólares, desde a transmissão até a recepção. É necessária a disponibilização de linhas de crédito internacionais, a juros baixos, para que os empresários de radiodifusão possam alterar seus equipamentos de transmissão e também a possibilidade de que os fabricantes nacionais de televisores possam ter o direito de fabricar e que esses e os radiodifusores estejam desobrigados de pagar altas taxas de royalties ou direitos aos Consórcios que desenvolveram os padrões. Não podemos correr o risco de escolher um padrão que inviabilize a continuidade da operação do sistema, ou estar obsoleto com relação ao resto do mundo.
A decisão do Brasil pode influenciar a escolha do sistema dos nossos países vizinhos?
Eng. Luiz: Sim, eu diria que não só pelos países vizinhos, mas outros têm acompanhado com expectativa a decisão do Governo brasileiro. Isso pelo histórico até hoje utilizado que levará à decisão do padrão. No período de 1998 a 2000, um grupo formado por 17 concessionárias de televisão, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Sociedade de Engenharia de Televisão - SET e a Universidade Mackenzie de São Paulo, se uniram para testar e comparar os três padrões disponíveis no mundo. Os testes foram desenvolvidos com os equipamentos mais modernos disponíveis, levando em conta rígidos critérios técnicos. O trabalho foi referendado pela Anatel, através da contratação de uma Fundação de Pesquisa de renome nacional, que analisou todos os testes realizados. Os testes e medidas também foram aceitos e inclusive sugeridos pelos próprios consórcios detentores dos padrões. Os resultados, inclusive, foram conhecidos por outros países.
Em quanto tempo as emissoras de TV e os fabricantes de aparelhos precisarão para implantar totalmente o sistema digital?
Eng. Luiz: Difícil dizer. Os três consórcios que desenvolvem os padrões no mundo e os países que utilizam os seus sistemas, já prorrogaram os prazos por eles fixados, alguns programando para 2008 e 2012. Se levarmos em conta a parte da transmissão, há que se considerar que não bastam as geradoras de televisão, que geralmente estão nas capitais e cidades de grande porte, instalarem transmissores digitais. Há que se instalar também retransmissores de televisão digital nas localidades de menor porte. Isso significa praticamente investimentos em mais de 80% dos municípios brasileiros, que muito provavelmente ficarão a cargo dos próprios municípios, que hoje não têm condição de assumir mais esse custo.
A TV Digital é um novo marco na comunicação do ser humano?
Eng. Luiz: A televisão digital mudará, significativamente, a forma de se assistir televisão, deixando a passividade hoje existente passando à interatividade. Há possibilidade, por exemplo, de uma dona de casa, ao assistir seu programa preferido de TV, ao ver num comercial um produto do seu interesse, usar o controle remoto e clicar no anúncio e decide comprar, mas antes entra no canal do banco e confere o saldo da conta corrente. Um outro exemplo: preso no trânsito, uma pessoa não deixará de assistir ao jogo de seu time ou à sua novela na TV. No ônibus, liga o celular e vê o programa no aparelho. Alunos de uma escola pública também poderão assistir a um programa educativo e tirar dúvidas na hora, como se estivessem num chat de internet. Sem dúvida, é uma revolução.