Destaque para as emissoras que identificaram oportunidades de mercado para trocar a programação
23/02/2021A Rede de Notícias ACAERT – RNA relata experiências das emissoras que mantiveram ou alteraram a programação no processo de migração do AM para o FM. Na segunda parte do especial, destacamos as emissoras que decidiram mudar a grade dos programas e até mesmo de marca.
É o caso da Rádio Difusora AM, de Içara, que virou Massa FM.
Vários fatores influenciaram na decisão, entre eles, problemas geográficos para
instalação da nova antena e projeção de faturamento condizente com o volume de investimento
necessário. Desde o início, a direção da emissora sempre teve muitas dúvidas do
sucesso da migração do perfil do AM para o FM. A solução foi pesquisar entre as
redes nacionais de rádio, qual oferecia a oportunidade de manter os comunicadores
e notícias locais.
“A Rede Massa vem ao encontro do que a gente pensava, porque
ela liberava a programação local. A programação vem com os nomes, vinhetas e
com a linha a ser seguida. Mas todos os comunicadores são nossos. Então, das
seis da manhã às seis da tarde, toda programação sai do nosso estúdio. E a play
list. Como nós somos uma rádio sertaneja, a gente segue a play list que vem
deles. A ideia da Rede Massa caiu muito bem para nós, porque a gente pôde
manter um jornalismo local”, explica a diretora da emissora, Carolina Guidi. Ela
destaca ainda que a grande maioria dos clientes manteve-se fiel à nova proposta
da rádio.
Ouvinte - Se a virada de chave deu certo para uns, para
outros, grandes alterações podem confundir o ouvinte. A Rádio Centro Oeste AM,
de Pinhalzinho, também apostou numa grande mudança na programação quando migrou
para o FM em 2017, no primeiro lote de emissoras migrantes. A rádio buscava
nova oportunidade de posicionamento no mercado. A direção reconhece que as
alterações foram bruscas demais. No entanto, a rádio encontrou o equilíbrio de
uma programação eclética, que mistura música, notícias e prestação de serviço.
O jornalista Fabiano Ronco, da RCO, afirma que a participação
do ouvinte foi decisiva. “No início, nós priorizamos mais a música, porque
acreditávamos que esse era um dos pontos principais que a emissora deveria
fortalecer. Mas o nosso ouvinte tradicional, que era acostumado com a notícia, percebeu
essa mudança drástica e sentiu a falta da informação. Então, baseado nas
pesquisas e no acompanhamento do ouvinte, conseguimos encontrar o equilíbrio
entre a programação musical e a jornalística”.
Uma das conclusões do trabalho da jornalista Rosely Rossi, de
Especialização em Comunicação pela UniCeub, de Brasília, mostra que mudanças
profundas podem quebrar o vínculo da emissora com o seu público. Rosely atua na
Rádio Cultura, de Campos Novos, que migrou em outubro de 2017. Segundo a
jornalista, o processo levou em conta a opinião dos ouvintes e do mercado,
necessidade identificada em sua pesquisa. O play list acabou sendo renovado, a interação
com o ouvinte foi reforçada e a comunicação ganhou dinamismo. O resultado
apareceu no crescimento de audiência, de acordo com a emissora.
“A intervenção na grade da programação da rádio foi definida
a partir das demandas do público ouvinte. Ouvimos os vários públicos da emissora:
ouvinte, mercado e o pessoal interno. Nós fizemos uma campanha de marketing
durante a migração com o objetivo de explicar que a Rádio Cultura não estava
sendo extinguida”, analisa a jornalista.
Repórter: Assessoria de Imprensa