Profissionais, que já eram formadores de opinião nesses veículos, passaram a atuar também no digital, ampliando a capacidade de influenciar hábitos e costumes
18/05/2021
Num mundo cada vez mais interligado pelas plataformas de
comunicação, estamos diariamente sendo influenciados com milhares de mensagens
sobre comportamento, consumo e conceito de vida. São os digital influencers ou
influenciadores digitais que estão as redes sociais na internet. Gente famosa
ou não tão famosa assim utilizam de argumentos, fotos, vídeos para tentar
influenciar a vida de todos nós. O comediante brasileiro Whindersson Nunes, por
exemplo, tem um séquito de 51 milhões de seguidores no instagram. Mas existem
categorias de influenciadores de todos os tamanhos. Até o nano influenciador.
O que quase ninguém se dá conta é que os influenciadores
sempre existiram desde o surgimento do rádio e da televisão. Apresentadores,
locutores, comunicadores já influenciavam ouvintes e telespectadores. E, agora,
eles também estão nas redes digitais. Continuando a influenciar as pessoas de
outra forma.
A jornalista Marta Gomes é uma delas. Ela já esteve atrás de
uma bancada apresentando telejornal. Mas hoje comanda “A Hora da Venenosa”, programa
de entretenimento da NDTV. Ela tem 40 mil de seguidores no instagram. Marta
explica a integração da tv com as redes sociais. “Um alimenta o outro. O
trabalho nas redes sociais alimenta a tv. E vice versa. Eu vejo muitos
seguidores comentarem como foi o programa.
Eu uso as redes sociais para chamar para o programa. E eu ouvia muito:
ah, eu te conheço da tv. E hoje em dia está parelho. Eu te sigo no instagram.
Te vejo na tv. Eu vejo correr no paralelo. O próprio fato de eu fazer entretenimento
na tv, me permite uma liberdade muito grande nas redes. As pessoas gostam da
proximidade e não dá idolatria”.
Interação rápida parece ser uma das palavras-chave. A
jornalista Magda Martins, da Rádio e Tv Tuba, de Tubarão, que atua em
multiplataforma, sabe bem disso. “A internet favorece uma aproximação desse
público. A interação é mais rápida. As pessoas já comentam as entrevistas na
hora em que estão assistindo. Fazem perguntas aos convidados. A cada dia, a
internet fortalece mais o nosso papel de comunicadores. Ela contribuiu muito
com a nossa audiência dos programas, já que toda a nossa programação é
transmitida simultaneamente em várias plataformas, na rádio, na tv, no
aplicativo”.
Para Fernanda Musardo, diretora da Musardos Soluções
Digitais, especialista em mídias sociais e negócios na internet, os
profissionais de rádio e tv são naturalmente influenciadores. “A partir do
momento em que esse profissional ocupa um lugar a frente a uma tela ou um
microfone do rádio é natural que haja uma procura por esse nome nos ambientes
digitais. Mesmo que ele opte por preservar sua intimidade haverá um busca
natural do usuário na internet. Uma busca por proximidade, uma busca de
referência comportamental. É algo natural que sua própria posição e profissão trazem
para ele. Então, cabe à emissora e seus personagens andarem juntos, traçarem
linhas e políticas”.
Os departamentos de marketing das emissoras de Rádio e
Televisão de Santa Catarina já identificaram a tendência e muitos passaram a
incentivar a participação dos comunicadores nas redes digitais. É o caso do
Grupo Catarinense de Rádios, que reúne 10 emissoras em Criciúma, Tubarão,
Florianópolis e Itajaí. Como informa Eduardo Silva Pereira, analista de
Marketing do Grupo. “A gente começou a trazer uma aproximação muito maior com
os locutores, trazendo suas imagens para dentro das redes sociais, como se
fossem influenciers. E isso funcionou principalmente no caso da 102 FM, de
Tubarão. Há pouco, atingimos a marca de 17 mil seguidores. Foi baseado nessa
estratégia de trazer os locutores para darem essa ‘cara’ e as emissoras dentro
das redes sociais. E a gente está conseguindo uma taxa de conversão e de
engajamento muito melhor do que quando trabalhávamos com os conteúdos independentes”.
O radialista e publicitário Robson Ferri, CEO da RF Mídia,
geradora de conteúdo para rádio, concorda com a estratégia de construção da
parceria entre o influenciador da emissora e o radiodifusor. “Esse profissional
que tem essa facilidade (com as redes sociais) pode se tornar um parceiro para
o radiodifusor. Porque quando você agrega valor, se consegue resultados mais
expressivos. Então, por exemplo, num âmbito do rádio dentro do dial e no
digital, pode ser feito em conjunto numa parceria, quando fica bom para todos.
Aí eu falo do comunicador e da emissora, meios de potencializar ações que até
então estavam limitadas apenas ao veículo rádio”.
Robson Ferri alerta, no entanto, para que a linha de atuação
do comunicador influenciador esteja alinhada com a condução da emissora. “A
partir do momento em que o profissional passa a ser um influenciador no
digital, como ele está influenciando, qual é a linha de comunicação dele, se
tudo isso está alinhado no que a rádio acredita. Então, tem vários pontos que
precisam ser levados em consideração”.
Repórter: Assessoria de Imprensa