Recursos serão aplicados na ampliação da cobertura de internet e infraestrutura de conectividade nos 5.570 municípios brasileiros
21/10/2021
O Brasil se prepara para o maior leilão de radiofrequências
da história, conduzido pelo Ministério das Comunicações (MCom) e pela Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com a licitação das faixas de 700 MHz,
2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, o país elevará o patamar de comunicação móvel e
atrairá investimentos que irão transformar o cenário de telecomunicações em
todos os municípios brasileiros. A expectativa é de que a licitação do 5G
movimente R$ 169 bilhões nos próximos 20 anos, segundo estimativas da Anatel.
De acordo com os cálculos, R$ 70 bilhões devem ser investidos pelas operadoras de telecomunicações em todo o Brasil para cumprir as obrigações previstas no edital. Entre os compromissos estão a ampliação da cobertura 4G em mais de 9 mil localidades e em 31 mil quilômetros de rodovias; a expansão da infraestrutura de fibra ótica; e a implantação da Projeto Amazônia Integrada e Sustentável e da Rede Privativa da Administração Pública Federal.
O restante do valor, estimado em R$ 99 bilhões, refere-se a investimentos necessários à prestação comercial de serviços de telecomunicações por meio das faixas de radiofrequência que estão sendo licitadas. A projeção bilionária total corresponde às despesas com bens de capital - por exemplo, aquisição de máquinas, de equipamentos e a implantação de redes e de outras infraestruturas físicas.
COMPROMISSOS DE INVESTIMENTO – O país optou por realizar um leilão não arrecadatório. Desse modo, incluiu como contrapartida para a aquisição das faixas de radiofrequência investimentos para ampliação da conectividade. Esses compromissos representam custos para as operadoras, uma vez que deverão aplicar recursos em outros setores para terem o direito de prestar os serviços nas faixas licitadas.
Para tornar propícia a licitação, a Anatel deduz esses custos extras do valor econômico das faixas, estimado em R$ 50 bilhões. Cerca de 80% desse preço mínimo foi reduzido para serem revertidos pelas operadoras na expansão da infraestrutura em regiões com pouca ou nenhuma infraestrutura. Em uma licitação tradicional, o valor integral seria exigido.
Na prática, a União deixa de arrecadar os recursos em troca
da execução de compromissos que beneficiarão toda a população brasileira. Ao
invés de R$ 50 bilhões, o leilão do 5G espera arrecadar R$ 9 bilhões para os
cofres públicos. Por isso é que se diz que a licitação tem perfil “não
arrecadatório”. “Com o leilão do 5G, nós vamos conectar todo o Brasil e
garantir condição mínima de inclusão digital e social a 40 milhões de
brasileiros que ainda vivem no deserto digital”, assegura o ministro das
Comunicações, Fábio Faria. Todos os 5.570 municípios serão beneficiados com os
investimentos feitos a partir do leilão do 5G.
Repórter: MCom