Rádios mantém modelo híbrido iniciado na pandemia para otimizar a geração de conteúdo

Prática "Home-office" entra no planejamento padrão das emissoras, inclusive para jornalistas e radialistas. Uso de codecs auxilia no processo

18/07/2022


Em 2022, a pandemia da Covid-19 ainda segue entre nós, cenário visto na maioria dos principais países do mundo. Mas a circulação de pessoas é maior, sem restrições nessas localidades. Ou seja, boa parte das práticas adotadas a partir de 2020 foram suspensas neste ano, principalmente aquelas atreladas ao lazer (como viagens a turismo). Mas na área de negócios, o que se mostrou eficiente e com um custo mais vantajoso, têm permanecido. Uma delas é o teletrabalho, conhecido também como "home-office". E essa prática também continua no planejamento de emissoras de rádio, inclusive para "profissionais do estúdio".

A tendência de manter profissionais em suas residências e/ou também em localidades diferentes daquelas onde fica a sede física de uma determinada emissora de rádio é algo percebido no Brasil e também em outros países. Nos Estados Unidos, uma reportagem do portal especializado Radio World destacou que a indústria de rádio norte-americana acredita que o modelo híbrido de trabalho "é o caminho a seguir", ou seja, em uma escala entre dias presenciais nas emissoras e outros afastados, mas sem deixar de participar da rotina da empresa.

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“Ainda hoje nosso mundo híbrido tem repórteres, que normalmente iriam ao estúdio no ar e sentam ao microfone, mas agora estão reportando remotamente de um pequeno estúdio próximo na redação. Eles são mais confortáveis, e em alguns casos, a falta de deslocamento lhes dá mais tempo para desenvolver suas histórias. Este novo modelo pode realmente ser melhor do que o antigo", diz George Molnar, que é Diretor Sênior de Tecnologia da Federal News Network.

De fato, essa não é uma realidade incomum no Brasil. Nas principais cabeças de rede, é habitual o ouvinte perceber que um âncora está fora do estúdio principal da emissora. E isso ocorre mais pela citação feita no ar pelo apresentador do que pela qualidade de som e conteúdo entregues ao ouvinte. Além dos afastamentos ocorridos por testarem positivo para a Covid-19, questões de agendas e praticidade tem auxiliado com que âncoras e comentaristas de redes como BandNews FM e CBN atuam à distância.

E essa nova realidade não é algo exclusivo de rádios localizadas em grandes centros. No interior, com o investimento em equipamentos como codecs, emissoras de médio e pequeno portes têm incluído em seu planejamento a participação de profissionais que atuam a partir de outras cidades, diminuindo custos e ampliando a possibilidade de poder contar com comunicadores de perfis diferentes daqueles que estão disponíveis em suas respectivas praças.

Darlen Heitor Farias, profissional que atua como diretor comercial e coordenador da Band FM 94.7 de Chapecó (SC), explica que o uso de um codec possibilitou a operação da emissora no auge da pandemia. "Foi como se fosse um divisor de águas sem precisar ir aos estúdios, sem precisar fazer o translado e assim evitar o contato de pessoas. E mesmo assim continuar rentabilizando e continuar também trazendo a seguridade dos meus empregadores em um contexto geral". Segundo Farias, o uso da tecnologia foi algo que permaneceu após o arrefecimento da pandemia na região.

O próprio Farias é um exemplo de profissional que executa trabalhos para uma emissora de rádio localizada em outro canto do estado onde ele reside. Morando próximo à Chapecó, Darlen atua como comunicador ao vivo na Máxima FM 96.7 da região de Joinville. 

Não é só na área artística…

O modelo híbrido também tem avançado para outras áreas das empresas de rádio, incluindo o setor comercial. E parece ser um processo sem volta. “A nuvem está aqui para ficar. Híbrido é o caminho a seguir. Com nossos talentos, gerentes de marca e equipes de produção trabalhando em vários locais, vimos a criatividade e a inovação desses grupos que queremos alavancar em todos os mercados”, afirma Sarah Foss, diretora de tecnologia da Audacy (segundo maior grupo de rádios dos EUA).

Externas

O uso de equipamentos portáteis como codecs para permitir o modelo híbrido de trabalho também é algo que influencia em outras rotinas já estabelecidas no dia a dia das emissoras, como ações externas. "Aqui na rádio, o uso de codecs é algo muito prático. Utilizamos muito em flashes comerciais e estúdios móveis. Os clientes perceberam a diferença na qualidade de áudio. Como o sistema está disponível em smartphones, podemos locomover em qualquer lugar da cidade com cobertura 4G que conseguimos entrar ao vivo e interagir com o locutor", afirma Anderson José Moraes, coordenador da Band FM 91.5 de São Bento do Sul (SC), emissora que utiliza a tecnologia.

Repórter: Tudorádio.com, com informações dos portais Radio World e Inside Radio

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