Em menos de uma década, streaming foi de 5% para 12% no total do consumo de rádio nos Estados Unidos
05/12/2022O rádio terrestre, aquele sintonizado via FM, AM, FM digital e AM digital, corresponde por 88% do total de consumo do meio nos Estados Unidos. Isso mostra como a transmissão via ondas é fundamental para o meio, porém não ofusca o fato de que o streaming tem avançado na composição de audiência das emissoras. Em menos de uma década, o áudio digital ao vivo via internet das FMs e AMs norte-americanas saltou de 5% em 2014 para 12% em 2022 na divisão entre on e off no consumo de rádio. Trata-se do maior valor histórico para o streaming, segundo dados atualizados pela Edison Research, no estudo Share of Ear.
O leitor pode até estranhar em um primeiro momento o valor de 12%, pois recentemente foi repercutido outro detalhe histórico do streaming de rádio nos Estados Unidos. Para uma parcela específica da população (homens, de 25 a 54 anos) essa divisão está em 23% para o áudio on-line das emissoras e 78% para a transmissão terrestre. Para o público em geral, mas dentro da faixa de 25 a 54 anos, o streaming corresponde a 17% do total do consumo de rádio.
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Segundo a Edison Research, os homens estão impulsionando o consumo de rádio via streaming e esse formato de entrega de rádio também captura mais público que está entre os 25 e os 54 anos de idade, considerando a audiência dos Estados Unidos.
Os dados não são ruins para o rádio, pelo contrário: mostra um crescimento rápido de um novo formato de entrega de conteúdo ao vivo, sendo um campo que está em expansão pela maior oferta de dispositivos conectados e acesso à redes de dados mais estáveis, fato que deve ser ampliado com o 5G. De 2019 a 2022, o streaming foi de 8% para 12%, sendo que houve uma aparente estabilidade (ou estagnação momentânea) entre 2017 e 2019.
E o crescimento do streaming não mostra movimentos mais acentuados de um ano para o outro devido ao tamanho do volume de consumo via receptores AM/FM tradicionais, que são muito significativos para a audiência do meio. Para se ter ideia, segundo a Nielsen, mais de 90% dos norte-americanos ouvem rádio nos Estados Unidos, ou seja, a audiência das estações via dial é imensa.
“Finalmente estamos firmes em dois dígitos com a porcentagem de consumo de AM/FM feito para transmissões de estações de rádio em geral, mas provavelmente ainda mais baixo do que seria de esperar com os dispositivos de áudio digital… continuaremos observando as tendências do Share of Ear para ver como a audição AM/FM acompanha over-the-air versus streams", afirma o informativo emitido pela Edison, relacionado aos dados do Share of Ear.
O mais recente “Share of Ear”, realizado pela Edison Research, pesquisou o consumo de 4.000 americanos, medindo o alcance diário e o tempo gasto para todas as formas de áudio. Os dados mais recentes são relativos ao terceiro trimestre de 2022.
E por qual razão olhar para lá fora?
É importante observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
Repórter: Tudorádio.com