Dados são relativos ao mercado norte-americano. Especialistas defendem que existe um campo considerável de expansão para esse tipo de escuta
28/12/2023Quase no apagar das luzes de 2023, a imprensa
norte-americana especializada em mídia estava repercutindo os dados de mais um
recorte do estudo "Share of Ear" da Edison Research. O destaque é
para o fato de que a parcela total do tempo de audiência de rádio oriunda de
transmissões digitais mais do que dobrou desde 2015. Em 2023, essa parcela
atingiu 13%, um salto significativo dos 6% registrados em 2015, entre ouvintes
com 13 anos ou mais. Essa média se assemelha a alguns recortes relacionados ao
Brasil e, nos dois casos, existe um consenso de que esse campo ainda pode ser
expandido de forma mais significativa nos próximos anos, além de contribuir
diretamente com o consumo no dial.
De acordo com a análise desses dados da Edison Research, essa tendência de crescimento é evidente em todas as faixas etárias, mas é particularmente marcante entre os ouvintes mais jovens. Os dados mais recentes revelam que 19% do tempo total de audiência de rádio, na faixa de 13 a 34 anos, é feito através de transmissões digitais, um aumento de 72% em relação a 2015, quando apenas 11% do tempo de audiência deste grupo era online.
A pesquisa da Edison ainda destaca que não são apenas os jovens que estão dedicando mais tempo às transmissões de rádio online. Entre os adultos de 35 a 54 anos, também se observa uma mudança significativa nos hábitos de consumo. Atualmente, 14% do seu tempo de audiência é destinado a streaming de rádio, em comparação com 8% em 2015.
No entanto, o maior aumento se dá entre os adultos de 55 anos ou mais, que dobraram seu tempo de audiência em transmissões de rádio nos últimos anos. Quase um décimo do tempo deste grupo, que cresceu ouvindo rádio tradicional, agora é dedicado a escutar transmissões de estações via streaming.
Em novembro passado, o tudoradio.com já havia feito um
recorte semelhante sobre o Brasil, indicando que o streaming de rádio avançou
em consumo e tornou-se estratégico para emissoras brasileiras, oscilando entre
10 a 25% do total da audiência de determinadas estações, com variação para mais
a depender do formato/gênero da rádio analisada. Também avança em qualidade
técnica, acessibilidade ao usuário/ouvinte e também no número de dispositivos
aptos a receber esse tipo de mídia.
Também aumenta a cada dia a oferta de aparelhos conectados. Muito se fala no crescimento de smart speakers na composição da audiência de rádio, fator que é determinante em mercados como o do Reino Unido, mas são os smartphones os grandes responsáveis por esse impulsionamento no Brasil, Estados Unidos, França, entre outras localidades. Tanto que existem alertas que é necessário achar maneiras de acelerar o consumo de rádio via streaming através dos celulares, um campo muito promissor para o setor. Afinal, todo smartphone pode ser considerado um rádio em potencial e eles estão guardados nos bolsos e bolsas das pessoas.
"Enquanto que segundo o Denatran temos em média 0,6 carros por habitante, a FGV indica que há 1,2 smartphones por habitante, ao longo dos últimos 3 anos temos visto tanto nos relatórios da Nextdial quanto da Kantar com o Extended Radio, que o consumo local de rádio via streaming mais que dobrou, chegando a representar 15% da audiência local das emissoras. O que indica a relevância do dispositivo no consumo do rádio, seja no FM ou no streaming, mas não só isso, o peso que a qualidade e estabilidade da transmissão via streaming tem tanto na manutenção quanto na ampliação da audiência local e nacional das emissoras de rádio", diz Thiago Fernandes, CEO da Nextdial.
Repórter: Tudoradio.com