O grande desafio para as emissoras de televisão e rádio no meio dessas transformações, acredito não ser mais o acesso às tecnologias…
23/04/2024
Já estive em inúmeras NABs em Las Vegas, que é a maior feira de tecnologia para a radiodifusão do mundo e todo ano tem um grande destaque. Já tivemos o ano da Digitalização, a transmissão por rede 3G/4G, 3D, a Realidade Virtual, câmeras 360 graus, o 4K, o 8K, Drones, Cloud, Virtualização, OTT, etc. Neste ano de 2024, pensei que a IA iria dominar, e confesso que fiquei bastante decepcionado, pois a IA que foi mostrada é muito do que já vimos em outras NAB, tirando o que a OpenAI popularizou, que é a IA Generativa, de resto está tudo muito no mundo das Startups, muito embrionário.
Porém, o que mais me chamou a atenção neste ano, e acho que pode se dizer que foi O ANO dos Painéis de LED, todo lado tinha um. Acredito que a qualidade e os valores fizeram todo mundo na NAB estar utilizando e muitos stands com isso. Os LEDs servem para se utilizar em estúdios de televisão, baixou muito o preço, ficando acessível para as emissoras regionais de Televisão também. Outro destaque vai para os estúdios virtuais, os quais ficaram mais baratos, pois agora são apenas baseados em software. Ou seja, está cada vez mais barato ter coisa muito boa dentro de casa.
Além disso, destaco inúmeras ferramentas para se utilizar no rádio, desde processadores de áudio baseados em software até a virtualização total de uma emissora de rádio, ou seja, a emissora toda na nuvem. Acredito que o rádio é a bola da vez e está mais vivo do que nunca. Muita gente falando, não só do Brasil, mas em várias partes do mundo, que a pandemia deu mais vida para o rádio, pois as pessoas querem saber o que está acontecendo em sua comunidade. Todos os fabricantes de transmissores de televisão, nacionais e internacionais, vindo muito forte fabricar transmissores de rádio, e ficando muito competitivos em questão de preço e qualidade.
Outra questão muito abordada, principalmente pelos brasileiros na NAB, foi a TV 3.0. Pelo que entendi, mas ainda não oficial, o Brasil irá optar pelo padrão Americano ATSC 3.0. Um padrão que atende todas as expectativas criadas com a próxima geração da TV:
E os americanos sabem colocar em prática e fazer render as suas tecnologias. Acredito que vai ser muito mais bem utilizada que o modelo atual no Brasil, o ISDBT, o qual tem muitas facilidades, mas não conseguimos criar um modelo de negócio rentável, além da TV Linear. A notícia ruim é que teremos que trocar todo o parque de geração e transmissão dos nossos sinais, isso que ainda nem terminamos de instalar a tecnologia atual da TV Digital. Lembrem que a Televisão Digital começou no Brasil em 2007 e em SC em 2009.
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O grande desafio para as emissoras de televisão e rádio no meio dessas transformações, acredito não ser mais o acesso às tecnologias. Elas estão aí, cada vez mais baratas e cada vez mais fácil o acesso. O grande desafio vai ser as Emissoras terem pessoas treinadas para operá-las, utiliza-las no dia a dia e principalmente transformar essas tecnologias em negócios rentáveis, fazendo com que a calda longa dos nossos negócios fiquem cada vez menos concentradas na publicidade tradicional e que tenham um aumento nas novas possibilidades de negócio.
Confesso que este ano não estava achando que veria tanta coisa nova na NAB. Mas me enganei, não pelas inovações disruptivas, que não vi nenhuma, mas muito pelas oportunidades incrementais ao nosso negócio e principalmente pelo Networking com pessoas que vivem o nosso negócio.
Quem não foi, perdeu. Perdeu em aprender, repensar o negócio e principalmente em se conectar.
Repórter: Acontecendo Aqui