Estudo é relacionado ao formato de rádio country nos EUA, equivalente ao formato popular/sertanejo no Brasil em linguagem e targets de ouvintes
04/03/2025No contexto norte-americano, o termo “personalities” — muito utilizado no estudo e por McVay em seu artigo — refere-se aos locutores que têm forte presença no ar e que estabelecem uma conexão direta com o público. No Brasil, o equivalente mais próximo seria o “comunicador”, aquele profissional que vai além de apenas apresentar músicas, interagindo com os ouvintes, trazendo humor, informações e criando um vínculo com a audiência.
McVay, que também integra o Comitê de Pesquisa do CRS, comentou os resultados de um estudo nacional conduzido pela empresa de pesquisa NuVoodoo. A pesquisa entrevistou 1.500 fãs de música country nos Estados Unidos — dos quais 1.185 sintonizam rádios country diariamente —, analisando os motivos que levam o público a escolher o rádio em vez de serviços de streaming, bem como suas preferências em relação às programações.
Conforme antecipado, um dos principais destaques do levantamento foi a constatação de que as personalidades do rádio continuam sendo um grande atrativo para o público. Segundo McVay, "um dos maiores encantos do rádio ainda está nas vozes que preenchem a programação". Ele destacou que os ouvintes valorizam comunicadores autênticos, bem-humorados e conectados com a comunidade. “O público gosta de se sentir próximo dos apresentadores, vê neles amigos ou pessoas com quem podem se identificar”, afirmou.
Os números reforçam essa percepção: três em cada cinco ouvintes de rádios country preferem escutar comunicadores interagindo entre as músicas, trazendo bom humor, leveza e dinamismo para a programação. “O estudo mostrou que os talentos no ar são percebidos como diferenciais importantes frente ao streaming, que muitas vezes oferece apenas playlists automáticas”, destacou McVay.
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No entanto, o artigo também chama atenção para um problema recorrente nas emissoras: o corte de comunicadores em nome da redução de custos. McVay criticou essa prática e ressaltou a contradição: “É decepcionante que, mesmo com dados claros sobre o valor das personalidades, muitos talentos estejam sendo descartados. Em um momento em que o rádio precisa competir com o streaming, deveríamos estar investindo nesses profissionais, não eliminando-os”.
Outro ponto abordado foi a diminuição de transmissões ao vivo em locais públicos — as chamadas “remotes”. O estudo revelou que o público sente falta de ver seus comunicadores favoritos fora dos estúdios, em eventos e ações promocionais. “Essas transmissões ao vivo não são apenas uma fonte de receita, mas também uma poderosa ferramenta de marketing. Elas expõem a marca da rádio a novos ouvintes e fortalecem o vínculo com o público”, explicou McVay.
Repórter: TudoRádio