Big tech assinou acordo com NextEra Energy para usar energia do local por 25 anos. Com o avanço da IA e da demanda por energia, Financial Times fala em 'renascimento' da energia nuclear nos últimos anos.
28/10/2025
A NextEra Energy, uma das maiores empresas de energia dos EUA, anunciou nesta segunda-feira (27) que vai reativar uma usina nuclear para ajudar a suprir, principalmente, a demanda de energia dos projetos de inteligência artificial (IA) do Google.
A usina é a Duane Arnold Energy Center, localizada no estado de Iowa (EUA). Ela funcionou por 45 anos e está fechada desde 2020. A previsão é que ela volte a operar em 2029. O Google assinou com a NextEra um contrato de 25 anos para compra de energia da usina.
Segundo a companhia de energia, o acordo comercial com o Google é o que viabiliza o investimento necessário para reabrir a planta. De acordo com o Financial Times, o custo do projeto pode superar US$ 1,6 bilhão.
"A parceria serve como modelo para os investimentos necessários em todo o país para ampliar a capacidade energética e fornecer energia limpa e confiável, sem comprometer a acessibilidade e com geração de empregos que impulsionarão a economia movida por IA”, disse Ruth Porat, presidente e diretora de investimentos da Alphabet e do Google.
O Google também informou que pretende explorar novas oportunidades de geração nuclear com a NextEra, diante do aumento na demanda por eletricidade causado pela expansão da IA.
Inteligência artificial e o 'renascimento' da energia nuclear
O avanço da inteligência artificial vem aumentando de forma significativa a demanda por eletricidade.
Em abril, a Agência Internacional de Energia (AIE) estimou que o consumo de energia dos data centers deve dobrar até 2030, segundo a AFP. Nesse cenário, empresas de tecnologia buscam fontes estáveis e com baixa emissão de carbono, impulsionando o interesse pela energia nuclear, segundo a Reuters.
Em 2023, a Microsoft assinou um contrato semelhante com a Constellation Energy, que deve permitir a reabertura da usina de Three Mile Island, na Pensilvânia (EUA), em 2028, segundo o Financial Times.
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Segundo o portal, a energia nuclear tem vivido um “renascimento” nos últimos anos. O jornal lembra que, após o desastre de Fukushima, em 2011, no Japão, e com o avanço do gás de xisto, uma alternativa mais barata, esse tipo de energia entrou em declínio. Agora, a busca das empresas de tecnologia por energia limpa e constante reacende o interesse no setor.
Especialistas ouvidos pelo Financial Times alertam, no entanto, que reativar usinas nucleares exige cautela, e que qualquer tentativa de reabrir plantas desativadas deve seguir rigorosos padrões de segurança e regulação para evitar riscos ambientais e operacionais.
Especialistas ouvidos pelo Financial Times alertam que reativar usinas nucleares exige cautela, e que qualquer reabertura deve seguir rigorosos padrões de segurança e regulação para evitar riscos ambientais e operacionais.
Repórter: G1