Apagão de Florianópolis completa 22 anos

Atuação do rádio foi fundamental para orientar a população

29/10/2025


No dia 29 de outubro de 2003, a população da capital enfrentou um apagão que entraria para a história de Santa Catarina. A origem foi a explosão de um botijão de gás utilizado na iluminação da galeria da ponte Colombo Salles, durante serviço de manutenção nos cabos condutores de média tensão da Celesc.

A ilha de Santa Catarina ficou cerca de 55 horas sem energia, com escolas e comércio fechados; desabastecimento de água; deficiência de comunicações, devido algumas operadoras de telefonia terem seus cabos da ponte danificados; a Ponte Colombo Salles fechada; aumento dos acidentes de trânsito com os semáforos inoperantes; entre outros transtornos. O comércio da capital calculou um prejuízo de cerca de R$ 30 milhões causado pelos dias sem luz e movimento.

Sem energia elétrica, o papel do rádio foi primordial no trabalho de informar e orientar a população de Florianópolis. Profissionais das emissoras da capital fizeram cobertura ininterrompida do apagão. Novamente, o radinho de pilha fez a sua parte. 

Em 2008, o ex-presidente e comendador da ACAERT, Ranieri Moacir Bertoli, escreveu artigo que destacou o papel do rádio durante as tragédias.  “Nada foi obstáculo para que a população continuasse recebendo as informações necessárias. E a cobertura jornalística ganhou dimensão com participação de profissionais das grandes redes”, relembra. 

“Essa é, portanto, a nossa missão, atuando sempre com a realidade, por mais dura e cruel que ela represente. Neste sentido, o catarinense tem motivos para se orgulhar da qualidade de seus veículos de comunicação”, destacou.

“Repórteres, produtores, radialistas, técnicos, proprietários dos veículos de comunicação prestaram um inestimável trabalho de utilidade pública”.

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ARTIGO - Comendador RANIERI MOACIR BERTOLI
(Publicado em 2008)

A tragédia e a comunicação

Milhares de catarinenses sofreram novamente com as enchentes, que tiraram vidas, interromperam destinos e causaram prejuízos incalculáveis. Neste triste cenário de caos, muitos atores contribuíram para o atendimento dos flagelados. Da mesma forma em que voluntários, militares, médicos, enfermeiros, engenheiros foram fundamentais, outro exército, formado por profissionais da comunicação, mostrou, mais uma vez, o poder de sua atuação em ocasiões em que é necessária a mobilização das pessoas.

Repórteres, produtores, radialistas, técnicos, proprietários dos veículos e comunicação prestaram um inestimável trabalho de utilidade pública aos desabrigados.

Mesmo as emissoras de rádio e televisão, e jornais que também foram atingidos, fizeram tudo o que estava dentro de suas possibilidades para continuarem funcionando. Nos municípios mais atingidos, funcionários de uma emissora, por exemplo, só conseguiam sair da rádio de barco. Para levar combustível aos geradores das emissoras de rádio e TV, técnicos subiram morro a pé, outros usaram moto, jeep e até um helicóptero chegou a ser contratado. Um jornal sofreu com deslizamento e vários souberam driblar a falta de matéria-prima.  Isso sem falar nos problemas individuais, já que muitos profissionais foram atingidos com a tragédia.

Mas tudo isso não foi obstáculo para que a população continuasse recebendo as informações necessárias, em alguns casos, até mesmo de sobrevivência. E a cobertura jornalística ganhou dimensão com participação de profissionais famosos das grandes redes. Todos buscando um serviço correto e humano, digno até do reconhecimento do próprio presidente da República.

O trabalho de centenas de jornalistas e radialistas foi a energia principal para a grande mobilização nacional e internacional em prol de Santa Catarina. Nunca se viu tamanha solidariedade a um povo, acostumado a dar tanto pelo seu país. Foram horas e páginas de notícias, informando, sensibilizando e motivando a retomada da história de vidas dos catarinenses.

E, assim como os profissionais da comunicação souberam mostrar a qualidade de um povo, tiveram também a difícil tarefa de noticiar fatos repugnantes, que envergonharam a cidadania barriga-verde. Também é hora de fiscalizar a chegada dos recursos prometidos para atender aos atingidos.

Essa é, portanto, a nossa missão, atuando sempre com a realidade, por mais dura e cruel que ela represente. Neste sentido, o catarinense tem motivos para se orgulhar da qualidade de seus veículos de comunicação. Certamente, terão participação decisiva na reconstrução de um estado que sabe honrar suas cores.

Repórter: Assessoria de Imprensa ACAERT

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