Bob Pittman aponta “renascimento do AM/FM” após resultado trimestral da iHeartMedia

Executivo da iHeartMedia destaca o papel estratégico do rádio tradicional e prevê retomada de crescimento no segmento AM/FM, mesmo com cenário financeiro desafiador

12/11/2025


O CEO da iHeartMedia, Bob Pittman, reforçou nesta semana o papel estratégico do rádio tradicional e afirmou que a companhia está focada em “reacender o crescimento” do segmento de radiodifusão AM/FM. A declaração foi feita durante a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025, realizada na última segunda-feira (10), quando Pittman destacou que o meio vive um “renascimento” impulsionado pelo seu custo-benefício e forte retorno sobre investimento para anunciantes. A iHeartMedia registrou receita total de US$ 997 milhões, redução de 1,1% em relação aos US$ 1,01 bilhão obtidos no mesmo período do ano anterior.

Durante a conferência com analistas, o executivo destacou que o rádio continua sendo um complemento eficiente às plataformas digitais e sociais, mas que ainda enfrenta barreiras estruturais no processo de compra de mídia. “O rádio tem um pequeno renascimento aqui”, afirmou Pittman, observando que muitas agências ainda tratam o meio como uma operação manual e isolada. “Investimos pesadamente para corrigir essa questão estrutural”, completou.

No trimestre, a iHeartMedia registrou receita total de US$ 997 milhões, redução de 1,1% em relação aos US$ 1,01 bilhão obtidos no mesmo período do ano anterior. Apesar do recuo em despesas operacionais recorrentes, a companhia foi impactada por uma despesa contábil não recorrente de US$ 208,5 milhões, o que resultou em prejuízo operacional de US$ 116,3 milhões — revertendo o lucro de US$ 76,7 milhões registrado em 2024. O prejuízo líquido no trimestre foi de US$ 65,8 milhões, ante US$ 41,3 milhões no mesmo período do ano anterior.

O segmento de podcasts manteve-se como o principal motor de crescimento da empresa, com avanço de 23% no acumulado do ano e ganhos contínuos trimestre a trimestre. A gestão classificou a expansão como “sólida”, destacando o aumento da base de ouvintes e do tempo de consumo de conteúdo. Segundo Pittman, cerca de 50% da receita publicitária de podcasts já é originada de mercados locais, percentual que era de apenas 10% há quatro anos.

O grupo Digital Audio, que inclui as operações de streaming e podcasts, registrou receita de US$ 342 milhões, alta de 13,5% em relação ao mesmo período de 2024. Pittman ressaltou que metade dessa receita foi gerada pela força de vendas local da empresa, presente em mais de 160 mercados dos Estados Unidos, o que reforça o diferencial competitivo da iHeartMedia. Já o Multiplatform Group, responsável por mais de 860 estações AM/FM da companhia, teve queda de 4,6% na receita em comparação ao ano anterior — ou 2,5% ao excluir a publicidade política. Apesar disso, a iHeart manteve 41% de participação de mercado entre as empresas monitoradas pela consultoria Miller Kaplan.

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O presidente, COO e CFO da empresa, Rich Bressler, destacou a continuidade do plano de redução de custos, iniciado em 2024, que envolve medidas de automação e uso de inteligência artificial para otimizar processos. O novo programa de economia, de US$ 50 milhões, será implementado integralmente a partir do início de 2026, sucedendo o plano de US$ 150 milhões realizado no ano passado. Segundo Bressler, cerca de 65% das reduções vêm de cortes de pessoal, 20% da diminuição do custo de vendas e o restante de ajustes em fornecedores e despesas administrativas.

Ele acrescentou que a iHeart mantém uma base de anunciantes amplamente diversificada, sem dependência excessiva de um único setor. Nenhuma categoria representa mais de 5% da receita total e nenhum anunciante individual responde por mais de 2%. Entre os segmentos que mais investiram em publicidade no trimestre estão saúde, serviços financeiros, automotivo, entretenimento e melhorias residenciais, enquanto telecomunicações e publicidade política registraram retração.

Pittman encerrou a conferência reforçando sua confiança no papel do rádio no cenário multiplataforma. “Mesmo com todas as transformações digitais, o rádio AM/FM segue sendo um canal de grande retorno e relevância. Acreditamos que o meio está reencontrando seu espaço”, afirmou o executivo.

Repórter: TudoRádio

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