O estudo é feito com base em números passados pelos veículos de comunicação, já retirados os descontos nas negociações com as agências.
24/02/2014O investimento em publicidade no Brasil cresceu 6,81% em 2013, alcançando R$ 47,9 bilhões. Descontada a inflação, o crescimento real foi de 0,85%. Para Marcelo de Salles Gomes, vice-presidente-executivo do Grupo Meio & Mensagem, o ano foi afetado pelas manifestações que se iniciaram em junho, durante a Copa das Confederações. O planejamento inicial das agências era iniciar patrocínios relacionados à Copa do Mundo ao final da Copa das Confederações, diz ele. No entanto, as empresas acabaram segurando os investimentos, para não associar as marcas aos protestos.
Do investimento total do ano passado, R$ 40,26 bilhões foi o faturamento dos veículos de comunicação com venda de espaço publicitário. O restante foi o investimento na produção de filmes e peças de campanha. Os números são do Projeto Inter-Meios, relatório auditado pela PricewaterhouseCoopers para o Grupo Meio & Mensagem. O estudo é feito com base em números passados pelos veículos de comunicação, já retirados os descontos nas negociações com as agências.
A Price audita 80% do mercado (R$ 32,2 bilhões) e, no caso de internet, isso inclui apenas os portais. O faturamento publicitário de Google, Facebook e outras empresas de internet estrangeiras que não divulgam os dados é estimado em R$ 8 bilhões. Considerando os números auditados, a TV continuou ampliando sua participação, encerrando o ano com 66,5% do total dos investimentos em mídia, crescimento de 9,8%. O meio jornal encerrou o ano em segundo lugar, com 10,1% de participação e receita de R$ 3,3 bilhões (queda de 3,8%). Revista ficou com 5,5% (7,6% menos ante 2012). A TV por assinatura ganhou espaço: cresceu 18% e ficou com 4,9% do total investido. Já os portais de internet receberam 4,4% da verba e, pela primeira vez, viram o faturamento encolher (5,6%). O meio rádio obteve 4,1% de participação (alta de 10,5%).
O segmento de mídia exterior, com fatia de 3,4%, teve a maior alta percentual: 21,8%. Gomes acredita que as campanhas e promoções relacionadas ao Mundial devem deslanchar depois do Carnaval, em março e abril. "As emissoras vão colocar no ar muita programação relacionada à Copa e isso vai atrair anunciantes." Para este ano, a expectativa é de um crescimento nominal de 9%.
Repórter: Folha de São Paulo