Mercado publicitário deve crescer até 8%

Nova previsão é da Abap, que considera 2014 atípico devido à Copa e Eleições

09/12/2014

2014 deve chegar ao final com um crescimento abaixo de 8%. Foi essa a previsão de Orlando Marques, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) e board member da Publicis. Para ele, o ano foi atípico por conta da Copa do Mundo e das Eleições.

“O mercado cresceu por volta de 18% nos primeiros seis meses e a segunda metade do ano está comendo boa parte desse desempenho. Tudo indica que fecharemos o ano abaixo dos 8%”, afirma. “Ou seja, mais da metade do que conquistamos no primeiro semestre será comido pelo segundo semestre”, completa.

Márcio Oliveira, presidente da Lew’Lara\TBWA, tem a mesma opinião de Marques e considera 2014 um ano atípico. “Houve uma concentração forte de trabalhos no primeiro semestre com ainda mais força em abril e maio em função da Copa do Mundo, depois tivemos um agosto que chamei de Brasil e Alemanha porque imaginávamos que não iria ser bom, mas não imaginávamos apanhar de 7 a 1”, revela. “Depois, tivemos uma recuperação em setembro e outubro dentro da previsão e ameaçando aquecer neste fim de ano”, afirma. O crescimento previsto para o ano da Lew’Lara\TBWA será de 15%.

Já a Y&R, guarda a expectativa de crescer 9% em receita. Marcos Quintela, presidente da agência, classificou este ano como intenso e tenso. “Foram vários movimentos importantes com reflexos diretos no nosso negócio. Paralelamente às oportunidades da Copa do Mundo no Brasil, tivemos um ano eleitoral e um cenário econômico complexos”, diz Quintela.

Martin Montoya, presidente da WMcCann, garante que o projeto da agência para este ano será de superação de metas. Para ele, 2014 foi um ano “no qual nos deparamos com uma atitude mais conservadora de alguns clientes e mais ousada de outros”. “Com isso, alguns projetos renderam mais do que esperávamos, e outros menos do que havíamos estimado”, garante.

De acordo com ele, a expectativa de crescimento é de 16%. “Nos últimos três anos, a agência cresceu mais de 50% o seu tamanho, com uma curva ascendente mais intensa no início desse período e mais amena no fim desse período”, diz.

Ano histórico 
Se para algumas agências o ano se classifica como atípico, para outras, como a Africa, 2014 foi histórico. “Acho até que foi o nosso melhor ano em todos os tempos”, comemora Marcio Santoro, cofundador e copresidente da Africa.

Os motivos são vários: “Ganhamos clientes, prêmios internacionais e nacionais, demos um show na Copa”, afirma. Em 2014, a Africa foi eleita International Agency of the Year pela Advertising Age, considerada a Bíblia da propaganda. Pela Adweek, outra gigante do mercado, a agência está entra as dez mais criativas do mundo na atualidade.

Para a Peralta, 2014 teve o mesmo ritmo e deverá fechar com 10% de crescimento. “Estreamos o primeiro semestre de 2014 com a campanha mais comentada do mês de janeiro: o comercial de belVita, com Grazi Massafera sem o Cauã Reymond, que foi veiculado no intervalo da minissérie ‘Amores Roubados’, da Rede Globo, levando os fãs da atriz à loucura”, diz Alexandre Peralta, presidente e diretor de criação da agência.

Em abril, a Peralta foi apontada pela publicação britânica Campaign Magazine como uma das principais agências independentes do mundo e entrou para a lista das “The World’s Leading Independent Agencies 2014” ao lado de boutiques internacionais como a renomada 180.

A Peralta também se destacou em festivais, ganhando Prata no Fiap em Eficácia, com o case “Grazi Massafera”, de belVita, e também sendo convidada pelo festival de Cannes para contar sua trajetória de sucesso como boutique criativa independente – “Spirit of Brazilian creativity, independent creative voices”.

“No segundo semestre, comemoramos a chegada das contas Guabi Petcare e Air Wick, purificador de ar produzido pela gigante Reckitt Benckiser”, conta Peralta.

2015 
Desafiador. É dessa forma que Marcio Santoro resume o que poderá ser o próximo ano. “Será desafiador, mas acredito no crescimento do mercado”, afirma o cofundador e copresidente da Africa. Orlando Marques, da Publicis, acredita que 2015 será um ano de reajustes na economia: “E isso deverá afetar os investimentos dos clientes, mas não creio que seja um ano pior do que este”. “Vamos ter um primeiro semestre pior, mas no segundo começaremos a recuperar mercado e haverá crescimento”, completa o board member da Publicis.

Para Márcio Oliveira, 2015 vai depender do aquecimento e dos sinais que virão de mudanças na economia. “O Brasil tem que ir bem para os anunciantes investirem, competirem e acreditarem que podem vender mais. Hoje, ainda vivemos uma incerteza que se instaurou em agosto somada a uma retração de consumo e produção”, diz. “Se a economia reage, as marcas voltam a investir, comunicar e crescer”, destaca.

Martin Montoya acredita que será mais difícil que 2014. “Dependerá da energia e proatividade de cada empresa ir contra a corrente e buscar oportunidades que façam de 2015 um ano ainda melhor do que 2014. Estimamos crescer 10%”, afirma

 

Repórter: Vinícius Novaes | Propaganda & Marketing

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