Após compatibilidade confirmada, Odete Lopes de Lima, da Rádio Tropical FM de Treze Tílias, fez a coleta em Belo Horizonte
29/03/2016Achar um doador de medula óssea compatível é difícil. Um em cada cem mil. Mas, a radiodifusora catarinense, Odete Lopes de Lima, da Rádio Tropical FM de Treze Tílias, foi a “agulha no palheiro” encontrada para um paciente com câncer residente no exterior. No último mês de fevereiro ela se submeteu a coleta de medula, retirada pelo osso da bacia. “O procedimento é muito simples. Não senti qualquer desconforto e no dia seguinte já estava de alta”, relata.
Há cerca de oito anos cadastrada como doadora no Hemosc de Joaçaba, Odete lembra que em dezembro recebeu uma ligação da equipe do Redome –o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea. “Eles me avisaram que tinha um paciente no exterior compatível comigo e perguntaram se eu estava realmente disposta a fazer a doação. Prontamente confirmei minha intenção e muito feliz em saber que eu poderia ajudar alguém que encontrou em mim a sua oportunidade de vida”, diz emocionada Odete.
A radiodifusora catarinense passou por uma série de exames, até mesmo porque, para que se realize um transplante de medula é necessário que haja total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Comprovada a compatibilidade, Odete foi para o Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte, onde foi atendida pelo o hematologista Antonio Vaz de Macedo, especialista em transplante de medula óssea. “Fui duas vezes a Belo Horizonte. Na primeira, porque o dr Antonio disse que queria olhar nos meus olhos e confirmar se eu realmente faria a doação. Ele me alertou que se eu disse que sim, o paciente do outro lado do mundo iniciaria um processo agressivo de quimioterapia para esperar o tratamento com as minhas células, mas se depois eu desistisse, esse tratamento seria uma sentença de morte para aquela pessoa. Eu jamais desistiria!”
Oito dias após a doação, já de volta a Treze Tílias, Odete conta que recebeu uma ligação do Redome, informando que a família do paciente receptor havia ligado, agradecendo e avisando que o paciente estava bem e que o transplante tinha dado certo. “Fiquei muito feliz em saber que eu doei alguma coisa, que não perdi nada e tudo deu certo. Me sinto pronta para uma próxima doação”, comemora.
SC tem cerca de 200 mil catarinenses doadores voluntários cadastrados no Redome
O registro brasileiro de doadores voluntários de medula óssea, o Redome, tem hoje mais de 3,5 milhões de pessoas inscritas. Quase 200 mil são de Santa Catarina. A generosidade do catarinense faz a meta de captação de doadores voluntários no Estado ser atingida muito rápido todos os anos.
De acordo com Roseli Sandrin, coordenadora do Setor de Captação de Doadores do Hemosc, são liberados pelo Inca anualmente 10.140 novos cadastros de doadores para Santa Catarina, meta que sempre é superada. “Em 2015, cadastramos 24.671 novos doadores”.
No entanto, tão importante quanto ter novos voluntários e aumentar o banco de dados do Redome, é manter atualizado o cadastro das pessoas já inscritas. “Cerca de 40% das pessoas que se cadastram como doadores, na hora que aparece a oportunidade delas doarem, não são localizadas, pois mudaram de endereço e de telefones e não comunicaram”, lamenta Roseli. Uma vez cadastrada como doadora a pessoa permanece no banco de dados mundial até completar 60 anos.
Ouça abaixo a reportagem em áudio da Rede de Notícias ACAERT
Repórter: Assessoria de Imprensa ACAERT - Patrícia Gomes