Segundo executivos ouvidos durante o NAB Show Nova York, o áudio digital está finalmente alcançando marcas consideradas eficazes, seja no streaming digital, no rádio e no podcast
26/10/2022Executivos responsáveis pelas áreas digitais dos dois maiores grupos de rádios dos Estados Unidos foram ouvidos sobre a expansão do áudio entre os consumidores. As falas foram acompanhadas durante o NAB Show Nova York 2022, realizado na semana passada. Segundo eles, que representam a iHeartMedia e a Audacy, o áudio tem se mostrado muito eficaz para estratégias de marketing e também tem alcançado a relevância desejada através de suas iniciativas digitais. A intenção é "envolver os consumidores onde quer que – e como – eles consumam áudio". Outro ponto é o consumo em via de mão dupla entre o conteúdo on-demand e o rádio linear.
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O painel, que reuniu os executivos de digital dos dois maiores grupos de rádios dos EUA e foi moderada por Stephanie Donovan, Global Head of Revenue da Triton Digital, buscou mostrar qual é o atual momento do formato áudio no mercado e suas vantagens. Segundo a reportagem especial do norte-americano Inside Rádio, empresas como a iHeartMedia e a Audacy (antiga Entercom) utilizaram seus consideráveis recursos e experiência para ampliar o consumo e a relevância do áudio digital, em frentes como streaming (linear e on-demand) e podcasts.
“Precisamos que nossos anunciantes possam aproveitar isso, com facilidade e acessibilidade, em todos os dispositivos, plataformas e modalidades de conteúdo”, disse Tim Clarke, vice-presidente sênior de conteúdo de áudio digital da Audacy. Para a empresa, que é o segundo maior grupo de rádios dos Estados Unidos, o foco é "tornar mais fácil para os anunciantes alcançarem os 250 milhões de consumidores" que o grupo "atinge todos os meses em todas as suas plataformas".
Carter Brokaw, presidente de estratégia de receita digital do iHeartMedia Digital Audio Group, disse no painel que o grupo de rádios está otimista quanto à eficácia do áudio em 2023. “Estamos ouvindo da comunidade de publicidade que eles estão procurando alternativas para visão, som e movimento”, afirma o executivo, que completa dizendo que “rádio, streaming digital e podcasting estão realmente começando a atingir a marca em termos de eficácia", diz Brokaw.
A escala tem sido importante para as iniciativas digitais da iHeartMedia, que acabam condizente com o tamanho do grupo (mais de 850 emissoras de rádio nos Estados Unidos). Segundo a reportagem do Inside Radio, são cerca de 50 milhões de downloads por mês na área de podcast para a empresa. Brokaw disse que a iHeart tem encontrado muitos anunciantes que veem o podcasting como uma ferramenta de marketing eficaz para agrupar o público por mercados locais, psicografia e gêneros.
“Isso dá à comunidade de marketing uma tonelada de opções para começar em nível local e talvez progredir para um nível regional, ou começar em nível nacional e descer para um nível local”, afirmou o executivo da iHeartMedia.
Clarke, da Audacy, também enfatizou a importância de dar aos anunciantes “fácil acesso a esses públicos de maneira avançada”, sobre a entrega de podcasts.
Podcasts / áudio on-demand e Rádio: consumo em via de mão dupla
Outro ponto de interesse debatido pelos executivos é sobre o movimento de consumo de áudio digital entre os podcasts e o rádio. O executivo da Audacy dá um exemplo sobre esse cenário: o estúdio de podcast 2400 Sports, ligado à empresa, aproveita os apresentadores de seu portfólio de estações de rádio esportivas locais nos principais mercados para criar podcasts dedicados a equipes individuais.
“O que vemos é que estamos trazendo muitas pessoas para o funil dessa maneira”, afirma Clarke, da Audacy. Segundo ele, esse movimento está ajudando na descoberta de estações locais. Por exemplo, um fã fora do mercado da Filadélfia descobre o apresentador de esportes WIP-FM Joe Giglio através de um podcast. Com isso, o fã quer obter mais informações sobre sua opinião sintonizando a estação. “Descobrimos que é uma ótima maneira de trazer fãs apaixonados por um tópico e conectá-los ao conteúdo que criamos e que eles podem não ter conhecido ou passado muito tempo recentemente”, explicou Clarke.
Para fazer essa troca, é importante que os ambientes digitais estejam conectados, oferecendo em todas as plataformas possíveis um fácil acesso ao conteúdo linear de rádio e também ao que é produzido on-demand, ou seja, como definiu o executivo da iHeart, um ambiente que “abrange todo o continuum de escuta”. “Essa foi uma ótima maneira de galvanizar o público que pode não estar gastando muito tempo em experiências de audição ao vivo, mas mais em artistas”, afirma Brokaw, que também destacou o caminho inverso: "os consumidores que preferem recursos sob demanda podem ser apresentados ao streaming de rádio ao vivo", destaca a reportagem.
Clarke, da Audacy, também destacou que essas iniciativas de áudio digital também permitem o acesso dos grupos de rádios a mais públicos diversos, ou seja, o conteúdo on demand está permitindo que o rádio amplie ainda mais seu alcance e se torne mais inclusivo. “O que o podcasting fez foi nos permitir acessar públicos mais diversos e nos deu a capacidade de pensar em mais qualidade, imersão profunda", diz o executivo, que completa afirmando que "juntamente com recursos e tecnologia avançados, podemos alcançar públicos mais segmentados e criar mais eficácia para os anunciantes.”
E por qual razão olhar para lá fora?
É importante observar esses pontos de curiosidade dos números do rádio internacional para mapear possíveis mudanças de hábitos e a manutenção do consumo de rádio em diferentes países. Assim como ocorreu no ano anterior, periodicamente a redação do portal irá monitorar o desempenho do rádio nos principais mercados do mundo e, é claro, fazendo sempre uma comparação com a situação brasileira. E, como de costume, repercutindo também qualquer número confiável sobre o consumo de rádio no Brasil.
Repórter: Tudorádio.com