Entre os primeiros movimentos de Musk está reestruturar lideranças; chefe do departamento jurídico, de política e confiança, e o diretor financeiro da plataforma também foram despedidos
28/10/2022Elon Musk concluiu sua aquisição de US$ 44 bilhões do Twitter Inc., segundo fontes a par do assunto, colocando o homem mais rico do mundo no comando da rede social após seis meses de disputas públicas e legais sobre o acordo.
Os acionistas receberão US$ 54,20 por ação, e o Twitter agora operará como uma empresa privada. A conclusão encerra uma saga complicada que começou em janeiro com a movimentação silenciosa do bilionário sobre uma grande participação na empresa, sua crescente irritação com a forma com a qual ela é administrada e um eventual acordo de fusão que, mais tarde, ele passou meses tentando desenrolar.
Em 04 de outubro, Musk concordou em prosseguir nos termos originalmente propostos, e um juiz da Corte de Chancelaria de Delaware deu aos dois lados até 28 de outubro para fechar o acordo.
Esse prazo foi cumprido, e agora Musk, que é CEO da Tesla Inc. e da SpaceX, também controla o Twitter, um serviço que ele usa com frequência, mas critica abertamente – e que prometeu mudar drasticamente. As ações da empresa não devem mais ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York.
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Entre os primeiros movimentos de Musk está mudar a liderança. As saídas incluem o CEO Parag Agrawal; Vijaya Gadde, chefe do departamento jurídico, política e confiança; o diretor financeiro Ned Segal, que ingressou no Twitter em 2017; e Sean Edgett, que é conselheiro geral da plataforma desde 2012. Edgett foi escoltado para fora do prédio, segundo fontes, que pediram para não serem identificadas, uma vez que a informação não é pública.
A propriedade de Musk sobre o negócio trará uma interrupção imediata nas operações do Twitter, em parte porque muitas de suas ideias sobre como mudar a empresa estão em desacordo com a forma como ela é administrada há anos.
O magnata afirmou que quer garantir “liberdade de expressão” na rede social, o que provavelmente deverá trazer padrões mais afrouxados de moderação de conteúdo. O CEO da Tesla planeja restaurar algumas contas de alto perfil que foram expulsas do Twitter por quebrar regras, como o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
De maneira mais ampla, as iniciativas de Musk ameaçam desfazer anos de esforços do Twitter para reduzir o bullying e demais abusos dentro da plataforma.
À medida em que o prazo se aproximava, Musk começou a colocar sua marca na empresa, postando um vídeo de si mesmo entrando na sede e mudando a descrição de seu perfil no Twitter para “Chief Twit”. Além disso, ele fez uma postagem dizendo “the bird is freed” (em tradução livre, “o pássaro está liberto”), fazendo alusão ao ícone do Twitter.
Ele organizou reuniões entre os engenheiros da Tesla e a liderança de produtos no Twitter, e planejava se dirigir à equipe nesta sexta-feira, 28. Os engenheiros do Twitter não puderam mais fazer alterações no código a partir do meio-dia de quinta-feira em São Francisco, na Califórnia. Esse é um esforço para garantir que nada no produto seja alterado antes do fechamento do negócio, disseram as fontes.
Os funcionários do Twitter estão se preparando para demissões desde que a transação foi anunciada em abril. O CEO da Tesla apresentou a ideia de cortes de custos para parceiros bancários quando estava inicialmente levantando fundos para o acordo.
Alguns investidores em potencial foram informados de que Elon Musk planeja cortar 75% da força de trabalho do Twitter, que agora soma cerca de 7.500. Ele espera também dobrar a receita em três anos, conforme indicam pessoas familiarizadas com o acordo.
Ao visitar a sede do Twitter na quarta-feira, 26, Musk informou aos funcionários que não planejava realizar os cortes quando assumisse a empresa, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Repórter: Meio&Mensagem, com informações do Ad Age e da Bloomberg