António Guterres pediu uma ação urgente contra a tecnologia, que pode ameaçar a segurança do mundo
18/07/2023Embora essas tecnologias possam "eliminar a pobreza, lutar contra a fome, curar o câncer e potencializar as ações climáticas", "as utilizações militares e não militares da IA podem trazer consequências graves para a paz e segurança mundial", acrescentou. Por isso, ele pediu para que seja estabelecido até o final de 2026 um instrumento vinculativo que proíba "sistemas autônomos de armas letais", capazes de funcionar sem supervisão humana, e que as pessoas que controlam as armas nucleares "nunca sejam removidas".
A Inteligência Artificial é cada vez mais utilizada em questões de segurança, inclusive pela ONU, que usa para "identificar padrões de violência, monitorar cessar-fogo" ou "fortalecer a manutenção da paz, a mediação e os esforços humanitários", lembrou Guterres. Essas tecnologias podem ter dois gumes, entretanto, porque "também podem ser utilizadas por pessoas mal-intencionadas". "O uso malicioso de sistemas de inteligência artificial para fins terroristas, criminais ou estatais pode causar níveis horríveis de morte e destruição, trauma generalizado e profundos estragos psicológico em uma escala inimaginável".
"Os mecanismos para a governança da inteligência artificial" são extremamente necessários, afirmou o chefe da ONU, que vai pedir para um grupo de especialistas propostas de "opções" nesta área para o fim do ano. Enquanto isso, Guterres reiterou seu apoio à criação de uma "entidade das Nações Unidas" para ajudar a otimizar os benefícios da Inteligência Artificial e reduzir os riscos, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
Repórter: R7