Como a IA está impactando a produção de filmes publicitários

Inteligência artificial já é realidade na pré e pós-produção de filmes publicitários

06/09/2023


Por Taís Farias

Desde o início do ano, com o avanço de ferramentas de inteligência artificial generativa como ChatGPT e Midjourney, uma série de setores passaram a discutir quais poderiam ser os impactos da IA no seu trabalho. O mercado publicitário não fugiu disso. O debate ganhou força quando, no mês passado, a AlmapBBDO uniu as cantoras Elis Regina e Maria Rita por meio de deepfake para a campanha de 70 anos da Volkswagen no Brasil. A ação mobilizou as redes e dividiu opiniões entre aqueles que se emocionaram com a peça e os que questionaram o uso de deepfake para representar alguém que já morreu.

Fato é que, para além da presença no produto final, a inteligência artificial já faz parte dos processos que envolvem a produção de um filme publicitário. De acordo com as produtoras, hoje, a maior presença de IA está na pré e pós-produção. Na pré-produção, as ferramentas têm ajudado os diretores a materializarem conceitos e traz agilidade para pesquisa. Na prática, se antes era preciso investir horas para encontrar as referências exatas e – por vezes, não as encontrar – hoje, a inteligência artificial consegue criar as imagens a partir da demanda. Isso facilita a visualização, criação de conceitos e storyboards.

Já na parte final, as ferramentas de IA trazem agilidade para pós-produção, no tratamento das imagens, correção de cenário, etc. Até agora, o processo de filmagem é o que tem sido menos impactado pelo avanço da inteligência artificial. “O processo de gravação ainda tem um requinte particular, em que a filmagem depende muito de uma execução humana. Hoje, costumo usar a IA como um facilitador de processos, ou até mesmo para tirar certas ideias do papel”, explica Vokos, diretor de cena na Cine.

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O nível de adoção das ferramentas varia entre as produtoras e mesmo entre os profissionais, mas muitas já vinham testando soluções do gênero e sentiram a aceleração no desenvolvimento dos recursos desde o boom do ChatGPT, no começo do ano.

Se nos primeiros testes, a possibilidade era gerar imagens em alta resolução. Hoje, aplicativos como o Runway, executam produções inteiras de filmagem. O resultado, no entanto, ainda tem um nível de sofisticação limitado. “O resultado ainda precisa ser taxado como algo feito em IA, porque ainda temos resquícios dessa estética. Ainda não mudou o metabolismo da produção audiovisual”, opina Gabriel Nobrega, sócio e diretor da Vetor Zero.

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Repórter: Meio & Mensagem

Inteligência Artificial
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