Santa Catarina perde uma das principais lideranças políticas do Estado
14/11/2023O ex-governador Colombo Machado Salles (97) morreu no início
da noite desta terça-feira (14) em seu apartamento em Florianópolis. O Governo
de Santa Catarina decretou luto oficial de três dias. A ACAERT lamenta a perda
de um dos personagens mais destacados da política catarinense e apresenta votos
e solidariedade aos familiares e amigos. Ele deixa viúva a ex-primeira-dama
Dayse Werner Salles e três filhos: Maria José, Bertholdo e Marcelo. Colombo
governou Santa Catarina entre 1971 e 1975, depois de fazer carreira no Governo
Federal e no governo do Distrito Federal.
Perfil –
Colombo Machado Salles nasceu em 20 de maio de 1926, em
Laguna. Filho do engenheiro Calistrato Müller Salles e de Berta Machado Salles.
Casou com Daisy Werner Salles, com quem teve Maria José, Bertholdo e Marcelo.
Primo de Lauro Müller, primeiro governador republicano de
Santa Catarina. Na terra natal, Colombo fez parte da formação no Grupo Escolar
Jerônimo Coelho e no Ginásio Lagunense. Aos 15 anos de idade, mudou-se para
Curitiba, onde completou os estudos secundários e ingressou no curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), formando-se em 1949.
Concluída a formação superior, transferiu-se a trabalho para
Blumenau, logo após, foi aprovado em concurso público para o cargo de
Engenheiro, do Ministério da Viação e Obras Públicas. Entre 1951 e 1963, lotado
no Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais (DNPRC), ocupou cargo de
Superintendente da Administração do Porto de Laguna. No ano de 1957, viveu por seis
meses com a família na França, onde fez estágio no Laboratoire Central
d”Hydraulique de France (Laboratório Central de Hidráulica da França).
Exerceu a chefia do 17º Distrito de Portos e Vias Navegáveis
em Santa Catarina, foi Engenheiro Fiscal da construção da linha de transmissão
elétrica do Sul do Estado e lecionou aulas de matemática, química, física e
estatística na Escola Técnica do Comércio de Laguna.
Em 1963, chefiou o Gabinete da Administração do Porto do Rio de Janeiro e o 18º Distrito de Portos e Vias Navegáveis. No ano seguinte, mudou-se para Brasília, onde foi Chefe de Gabinete do Prefeito do Distrito Federal, Plínio Cantanhede. Na Capital Federal, assumiu ainda as seguintes Secretarias de: Governo; Serviços Sociais; Finanças; e Educação e Cultura.
Regressou a Santa Catarina e foi Secretário Executivo do II
Plano de Metas do Governo (PLAMEG II), na gestão do Governador Ivo Silveira.
No ano de 1970, enquanto ministrava uma aula inaugural na
Universidade Mackenzie, em São Paulo, recebeu a notícia da sua indicação, por
parte do Presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici, para assumir o cargo
de Governador de Santa Catarina. Referendado pela Assembleia Legislativa
catarinense, substituiu Ivo Silveira e tomou posse em 15 de março de 1971,
integrava os quadros da Aliança Renovadora Nacional (ARENA). A plataforma de
governo foi baseada no Projeto Catarinense de Desenvolvimento (PCD), tendo como
objetivo principal a integração das regiões do Estado.
Os investimentos em infraestrutura resultaram na implantação de mais de 500 quilômetros de estradas, o aumento do consumo global de energia elétrica, a modernização da rede de comunicações e a implantação de 85.000 linhas telefônicas no Estado. Na área de saneamento, criou a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN). Entre as obras realizadas, destaca-se a construção da segunda ponte ligando a Ilha de Santa Catarina ao Continente, que recebeu seu nome na inauguração.
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Durante o governo, foi seu interino Atílio Fontana. Deixou o
cargo em 15 de março de 1975, sendo sucedido por Antônio Carlos Konder Reis.
Retornou às atividades no Departamento Nacional de Portos e
Vias Navegáveis (DNPVN) - denominação do DNPRC a partir de 1963. Ingressou no
corpo docente da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), onde se aposentou em 1992.
Entre 1983 e 1986, foi Conselheiro do Tribunal de Contas de
Santa Catarina (TCE/SC). Nas eleições de 1986, concorreu ao cargo de Senador
por Santa Catarina, pelo Partido Democrático Social (PDS), recebeu 25.577
votos, mas não foi eleito.
Repórter: Assessoria de Imprensa ACAERT