Para nós radiodifusores, a apresentação da arquitetura do dtv+ também foi reveladora
26/08/2025por Beto Amaral
Estive na SET 2025 e posso dizer que este ano foi o verdadeiro marco da TV 3.0 (DTV+). O documento oficial, que deveria ter sido assinado no dia 19/08, acabou ficando para 27/08, mas isso não tirou o brilho do evento. O primeiro grande ponto foi histórico: os CEOs das quatro grandes redes abertas do Brasil – Globo, SBT, Record e Band – lado a lado no mesmo palco. Pela primeira vez, ficou claro que existe um alinhamento real em torno de um objetivo comum: fortalecer o meio TV com a chegada da TV 3.0.
Outro destaque foi a demonstração prática da TV 3.0. Não só da parte técnica, mas tambem da experiência do usuário. Ficou evidente o quanto a navegação será simples, intuitiva e, principalmente, acessível. A promessa de unir broadcast e broadband não é mais conceito: foi mostrado na prática, como essa integração vai acontecer.
Para nós radiodifusores, a apresentação da arquitetura do dtv+ também foi reveladora. Camada por camada, foi mostrado como será possível atuar de forma flexível: desde a transmissão até funcionalidades interativas, personalização e novos modelos de entrega de conteúdo.
O interessante é que na SET ficou claro que a TV 2.5 – a que vivemos hoje – ainda tem muito a oferecer. Muitas aplicações que serão vistas na 3.0 já podem ser exploradas agora, o que mostra que a transição pode ser estratégica, e não somente tecnológica.
Para mim, o que mais marcou foi a mudança de mentalidade. A TV digital foi de Tech first – o grande diferencial estava no “como transmitir”. Já o DTV+ é business first. A tecnologia existe, mas ela é meio. O que realmente vai definir o sucesso dessa nova fase são os modelos de negócios que conseguiremos construir a partir dela.
Em resumo, a implantacao da TV 3.0 não é sobre o que podemos transmitir, mas sim como vamos monetizar, conectar e engajar.
*Beto Amaral é vice-presidente do Grupo SCC e vice-presidente de Inovação da ACAERT
Repórter: Acontecendo Aqui