Assunto foi tema no SET Expo 2022
24/08/2022Mais que uma evolução tecnológica, o 5G é uma nova tecnologia de serviços móveis com três características que possibilitam diversos usos: picos de velocidade maiores; baixíssima latência; e possibilidade de conectividade com um milhões de devices por quilômetro quadrado.
Segundo Uirá Moreno Rosário e Barros, analista de Telecom –
Estratégia e Tecnologia da Globo, um dos promissores uso do 5G pelas empresas
de radiodifusão é nos mochilinks – dispositivos ultra portáteis que permitem a
contribuição de vídeo usando as redes de dados móveis. Ele explica que, no caso
das redes 4G, os mochilinks trabalham com delay alto, de dezenas de frames, por
conta da latência, o que inviabiliza o uso destes equipamentos em gravações
multicâmeras. No caso do 5G, "falamos em pouquíssimos frames de delay,
alguns milissegundos". Portanto, com links 5G, é possível usar a câmera
para cortes, "como se fosse uma câmera sem fio".
Foi com este tipo de equipamento que a Globo testou a captação do desfile de Carnaval, em parceria com a Claro e a Ericsson, usando mochilinks da LiveU e da AVIWest. Foram usadas três câmeras de jornalismo, mas as dedicadas a shows, em uma rede 5G operando em 26 GHz. Em altíssima frequência, explica Moreno, o sinal tem menor alcance. Portanto, é importante se dedicar à atenuação de obstáculos, garantindo visada direta de todas as câmeras para o terminal de recepção. A taxa de upload foi próxima de 80 Mbps.
De acordo com Guilherme Saraiva, diretor comercial da Embratel, braço de redes de uso corporativo da Claro, mais do que os mochilinks, a tecnologia 5G poderá ser usadas em pequenas unidades móveis de produção com até quatro câmeras e estrutura de corte, de forma muito mais compacta do que as unidades montadas em veículos de grande porte.
Além disso, diz o executivo da Embratel, será possível usar
as redes para uma versão mais avançada de estúdios com câmeras robotizadas e
controladas à distância, por exemplo.
Uirá Moreno concorda e, para ele, o grande diferencial está
na possibilidade de contratação de fatias da rede para uso exclusivo, o que dá
maior segurança e, sobretudo, garantia de qualidade. "Começamos a ter QOS
(quality of service) diferenciado com reserva de recursos da rede. (Isto) vai
habilitar muitas inovações", diz. Como exemplo, cita a possibilidade de
usar kits nos estúdios e nas cidades cenográficas, sem o uso de fios e com
taxas de upload entre 100 Mbps e 150 Mbps, o que permitirá usar Codecs que
garantem melhor qualidade de imagem para a edição.
Repórter: Teletime