Receitas de rádios dos Estados Unidos dependem de iniciativas digitais para continuar avançando no faturamento
19/07/2023O digital está avançando em importância para a operação de rádio. Inicialmente, foi pelo complemento do consumo do conteúdo por parte do ouvinte, que vê nas iniciativas digitais das emissoras uma continuação ou ampliação daquilo que é executado pelo dial, às vezes sem distinguir se ouve via streaming ou pelo sinal FM/AM. Agora vem a segunda etapa: esse braço digital das emissoras passa a ter um peso relevante no lado financeiro das empresas e, em alguns casos, é responsável pelos balanços positivos das estações na hora de fechar as contas. Essa onda, ainda pouco perceptível no Brasil, mas que está avançando, já é realidade lá fora.
Na reportagem, Erik Hellum, Diretor de Operações da Townsquare Media, um importante grupo de rádios dos EUA com forte atuação local e onde mais de 50% da receita e 60% dos lucros provêm do digital, afirmou: “Nós temos observado o que Borrell tem dito nos últimos anos. Se uma empresa de rádio tem ótimas soluções digitais e uma equipe talentosa para ajudar a vendê-las e executar campanhas digitais, o que temos, os clientes locais estão animados para comprar de nossa indústria.”
O texto indica que há sim uma diminuição na venda de mídia tradicional e que o rádio dos Estados Unidos tem intensificado seus esforços digitais para garantir a rentabilidade e o crescimento. Tina Murley, Diretora de Receitas do Grupo Beasley Media, declarou: "Abraçar estratégias digitais e se adaptar à evolução do cenário digital é crucial para as empresas de mídia permanecerem competitivas. As vendas digitais são fundamentais para o Beasley Media Group na era digital de hoje."
As iniciativas são as mais diversas: vão desde o que o rádio está acostumado a fazer, que é a venda de anúncio de áudio via streaming (programático e direto, diferenciando do break que existe no dial), como também soluções de vendas de e-mail marketing, produção de vídeo e conteúdos especiais para clientes das emissoras, distribuindo essa venda de forma multicanal, podcasts, entre outras iniciativas. “As plataformas digitais nos proporcionam um alcance global, nos permitindo expandir nosso público e oportunidades de receita além das limitações geográficas.”
Mesmo nos Estados Unidos, as margens a favor da maioria das rádios no digital ainda são baixas, mas há um consenso de que esse cenário está em construção e expansão. Ed Levine, CEO da Galaxy Media, afirma que “o crescimento (do consumo digital) é astronômico, mas as margens são abaixo da média. Então o objetivo é como podemos aumentar as margens ao longo do tempo. Nosso objetivo é ser capaz de combinar o digital e os eventos juntos e ter aproximadamente a mesma margem de lucro que temos com o rádio tradicional”, afirma o executivo.
Repórter: TudoRádio